Não. Não é esta montagem aqui em cima, embora para uma introdução hilariante também sirva e bem. A entrevista dada à revista 'Visão' é um 'cadinho' mais séria. Mas também tem uns remates capazes de esgaçar sorrisos, tal como: "Para se ter uma sociedade coesa, os trabalhadores têm de ser bem tratados, não se podem explorar". ou "Os salários são baixos. O pessoal do meio é que ganha de mais. Têm de ser aumentados o último piso e o rés-do-chão".
Uma vez que estão todos à espera que eu opine, pronto, aqui vai: não gosto. Percebo que a dupla Siza&Souto fiquem apoquentados com tão douta e profunda opinião, mas olhem, quem dá o que tem... E não, não considero 'piroso' ter uma avenida com canteirinhos de flores e relva, uma calçada artística, uns bancos de jardim vermelhitos e caca de pombo. A nova versão da portuense Avenida dos Alienados, digo, Aliados, é uma bosta de pombo tamanho XXL. Não sou, por norma, um tipo resistente à mudança, mas se esta implica destruir para não melhorar, então, o escudo defensivo eleva-se.
'Tripeiro' por adopção durante os anos que vivi na Invicta, sempre foi a minha cidade de eleição bem à frente da natal Lisboa, e, talvez por isso, não consigo embeber esta nova paisagem de enorme pista de skate encimada por um 'lava-pés' generoso, naquela que durante décadas foi considerada a sala de visitas do Porto e que ainda hoje, teimosamente, ilustra websites e brochuras recentes de organizações internacionais ligadas ao turismo, ilustrações essas que não contemplam ainda a sua nova realidade. Se pensam que têm ali um grande e belo projecto, é porque estão a ver mal. Muito mal.