Hoje, o espaço da
Av. 5 de Outubro em Lisboa, integralmente dedicado à marca Apple faz 1 ano, pelo que deixo aqui os tradicionais parabéns idem votos de muitos & bons anos. Na madrugada deste dia, há um ano atrás, tudo parecia muito complicado para uma abertura agendada com pompa e circunstância logo pela manhã, mas a vontade de muitos conseguiu ultrapassar as dificuldades que obras deste género sempre têm como cenário na hora do pano subir.
Indiscutivelmente este espaço fazia (faz) falta para todos aqueles que necessitam de um local profissional, com gente que sabe do que está a falar em termos de plataforma Apple e derivados; naturalmente segue um alinhamento internacional das chamadas
Apple Store, claramente orientada para consumo, deixando o foco na área mais empresarial para outros parceiros, o que é pena, na minha opinião.
Para esta marca chegar até onde hoje chegou em Portugal, em alturas muito complicadas dela própria, muito foi feito na década anterior para que ela pura e simplesmente não deixasse de existir por aqui em representação directa, o que esteve por um fio. Disse-o várias vezes que para manter a visibilidade necessária (as lojas próprias não existiam embora estivessem pensadas) teria de estar quase '
permanentemente em festa' em qualquer lugar deste país e várias iniciativas portuguesas foram, por isso, replicadas na Europa e norte de África. Claro que o grande
'evangelizador de massas' da própria marca se chama
iPod, não quando surgiu em 2001, onde a aceitação quase durante um ano foi próxima do zero em muitos países europeus, mas sim a partir da segunda geração -um ano depois- desse
gadget onde a alargada clientela Windows o começou a poder utilizar nos seus PC manhosos. A qualidade do produto -de resto, de todos os produtos da marca- e o reconhecimento pelo mercado, fizeram o gráfico disparar numa subida vertiginosa.
A maior
visibilidade da marca hoje em dia está por isso associada ao sucesso global de um
pequeno produto complementado mais recentemente por um outro: o
iPhone.
Espaços dedicados como a portuguesa TB Store, a aniversariante, são por isso necessários e bom seria que mais houvesse, não necessariamente sob a mesma insígnia. Muito embora o modelo de negócio não seja original já que há uns anos, enquanto o actual importador era detido pelo
maior grupo económico nacional privado, as lojas '
Prosa', integradas no mesmo grupo, em Lisboa, Porto e Aveiro tinham quase o mesmo efeito, mas numa óptica mais generalista e muito mais orientada ao sector corporativo e educação/investigação do que ao consumo, que de resto, não existia para a marca.
Justamente porque o designado '
consumo' é
pedra-de-toque na actualidade para a marca, há um par de meses, o centro comercial Colombo recebe uma nova loja TB Store. Como acontece na maioria destas lojas, a compra de pequenas coisas, sobretudo acessórios surge por impulso pela panóplia de oferta que uma montra daquele género oferece diariamente a milhares de passantes.
É sabido que uma loja num centro comercial de referência não pode ser coisa barata, logo, o investimento, por mais pequeno que seja o espaço, é a montante e a juzante pesado. Pergunto-me se terá sido uma estratégia acertada naquele local.
E a questão prende-se com a 'coabitação' com um peso-pesado, separados fisicamente apenas por um piso, como é a Fnac, a qual, comercializa igualmente os produtos da marca e, não raras vezes, associados a descontos e promoções da própria cadeia de lojas para os seus clientes, o que me parece, claramente, dificultar a vida aos vizinhos do andar de baixo.
Há umas semanas, numa reunião que tive numa outra grande cadeia de lojas, falaram-me do que estava previsto acontecer rapidamente para as lojas Fnac portuguesas em parceria com a própria Apple, aquilo que designaram como '
Apple Shop', ou seja: não mais que o já clássico conceito de 'loja-dentro-de-loja' ('
store in store') num formato mais profissionalizante, contudo. Comentei, na altura, que não me surpreendia esse conceito, até porque o mesmo formato já tinha histórico e, mais recentemente, a experiência na
América Latina, i.e. Brasil, tinha resultado em pleno, contudo, em nenhum dos centros comerciais brasileiros existe qualquer outra loja dedicada a Apple, pelo que o '
estrago' local não tem impacto. Por oposição ao que acontece por aqui, o que significa que a criatividade da loja de cá terá de ser refinada e seguramente não terá sido algo que desconhecessem.
Porém, esta é outra estratégia que, para mim, é algo de díficil entendimento. Verdade seja dita que não me compete entender, embora vislumbre o que está subjacente, e tenho mais com que me preocupar e -numa visão 'egoísta'-
quantas mais houver seja em que formato for, melhor ainda; mas naturalmente não me é totalmente indiferente.
Para a marca, alguém teria de ser '
beta-tester' de
alguma coisa e creio que os terão encontrado.