Vem isto a propósito do 'Storik' trazer para as papilas gustativas dos lisboetas as magníficas tarte flambée ou flammekueche como são conhecidas na Alsácia. Andam, de facto, perto das tradicionais (e mais internacionais) pizzas, mas não são exactamente a mesma coisa e, se bem que a diferença não estará tanto na massa, ela reside logo no ingrediente base: ausência da tomatada. O meu amigo David, um luso-suiço, com uma mão de mestre para a arte destas rodelas gigantes de massa, há muito que faz as suas pizzas -as melhores que alguma vez já comi- num conceito luso muito próximo da tarte flambée -e para quem quiser a base de 'pomodoro' desaparece- em forno de lenha e sobre rodas. Claro que lhe chama pizza, porque se lhe desse o nome de flammekueche, era capaz de ser um bocadinho mais difícil convencer a clientela que era coisa para o estômago.
Mais um sítio a adicionar aos favoritos gastronómicos. Fala quem sabe, entre muitos e bons tratados culinários com sustentabilidade, ensina-se também uma coisa aparentemente simples, mas com os seus truques para resulte no sabor sem aditivos e conservantes: curtir a azeitona. É aprender aqui, no outrascomidas.
Para tipos em dieta, não há melhor. Dias não são dias. Ponto. Não conhecia este kit 'pour deux' para fazer uma moamba de galináceo, mas é simpático. Latinha de moamba, latinha de saka-saka e mix de especiarias (que é melhor nem saber o que são) em saquinho hermético. O resto do conduto a malta tem de arranjar. Saí-me bem.
A imagem é de um lingote de ouro a sério. Dos duros e pesados. Não tenho a arrecadação com nenhum deles, mas já me passaram pelas mãos. Agora, destes mestres chocolateiros Cocoa Gourmet é que nenhum passou pelas papilas gustativas e seguramente não irá passar a mil duzentos e cinquenta dólares a dúzia, mais caixinha. Tenham eles folha de ouro comestível ou embalamento em almaço.
O 'swedish chef' apresenta o 'fabrico especial desta casa'. Não é assim em todos os rótulos dos singelos bolos de arroz? É. Três pontos a considerar: 1- esta receita vem quase do jurássico (linhagem, portanto) pelo que está sobejamente testada 2- é preciso mãozinhas finas e não dedinhos de martelo 3- as criancinhas adoram e os 'cotas' também
Então é assim:
Do supermercado sonegue 6 cenouras e 250gr. de açúcar, da horta do vizinho subtraia 4 laranjas médias. Com o produto na sacola, corra para casa.
Comece por descascar as cenouras e retirar as cascas das laranjas, note que nestas é o 'vidrado' que interessa, por isso, afie a faca como deve ser e esqueça a pele interior branca. Também não é preciso fazer cornucópias com as cascas, mas se sair assim, fica bonito embora seja para destruir. Fui claro até aqui? Continuando: Agora coza as cenouras e as cascas finas da laranja. Pronto. Se pensava que ia já passar à fase da engorda, esqueça. Isto é cozido de véspera e fica a escorrer a água da cozedura de um dia para o outro. Coloque no frigorífico por via das dúvidas. No dia seguinte, acorde a pensar nisto.
Vá para a cozinha e tente descobrir um passe-vite no meio dos tachos e outra bagunça. Se descobriu, podemos continuar. Não invente: não é 'varinha mágica' não é picadora '1-2-3'. É produto semi-arqueológico mesmo, pode, contudo, ser dos mais modernaços, movidos a electricidade. Se não tiver, faça como eu: peça emprestado. É por uma boa causa.
Armado de passe-vite na mão, moa aquela cozedura toda do dia anterior para um tachinho daqueles de ferro ou dos outros que dizem que não pega nada ao fundo (pois...) ; junte os 250gr. de açúcar, fruto daquele desvario no supermercado do dia anterior. Afaste todo e qualquer napalm que possa estar junto ao fogão. Acenda um dos bicos do fogão, com aquilo que lhe é usual: isqueiro, fósforo, lança-chamas, qualquer coisa. Mas acenda.
Coloque o tacho ao lume (com o produto moído + o açucar lá dentro obviamente). Agora vamos apurar essa amálgama, mexendo com colher de pau daquelas tecnicamente desaconselhadas pela ASAE. Os antigos não tinham muita noção dos minutos e segundos para estas coisas de fogão, por isso, a experiência aconselha que dez minutos deverão ser suficientes em lume brando até ficar apurado num produto mais ou menos consistente. O olho aí é mestre. Esperando que tenha corrido bem desse lado, deixe arrefecer. Entretanto, vá desencantar daquelas forminhas pequenas de papel frisado.
Continuemos, então. Arranje um prato pequeno e coloque um pouco de açúcar pilé. (o pilé é só para confundir). Agora vá lavar as mãos. Com a massa já fria, faça com jeito umas bolinhas -as mãozinhas gentis são aqui importantes- envolva no tal açúcar pilé e coloque na caixinha de papel frisado. Siga alegremente e pela mesma ordem até acabar com o resto do tacho. Ponha isso num prato decente e chame a malta. Se sobrar (pois sim...) guarde no frio. Se perguntarem como se chama, educadamente diga o seu nome evidentemente.
Na eventualidade de alguma coisa estar confusa, posso voltar aqui a repetir: