Segunda-feira, 15.02.10

Para mim, Inverno, é isto mesmo: chuva, vento & frio. Detesto aquela humidade 'tipo-Filipinas' onde tudo e todos escorregam com uma chuvinha 'molha-tolos' e uma temperatura pegajosa a roçar os vinte graus, como aqui há umas semanas atrás.
E hoje, cumpre os requisitos. Se bem que custe a acreditar e o efeito wind chill possa ter aqui o seu dedinho, o certo é que, onde esta imagem foi tirada, é a mesma estrada que daqui a quatro ou cinco meses, regista com facilidade as temperaturas de estio superiores a quarenta graus: Casais da Serra- Creiro, na serra da Arrábida. Hoje fica-se ao final da tarde por -1ºC ao som de 'Bunny' de Gerry Mulligan /Johnny Hodges.

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Domingo, 31.01.10
O mundo encantado da Gruta do Frade. Aqui ao lado, na Arrábida.
Visto aqui. A ver igualmente uma outra -caso não exista vertigens- no cabo Espichel.

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Quarta-feira, 28.10.09

"a minha única experiência com a 'agricultura' foi plantar umas alfaces num canteiro de varanda. Nasceram umas 'ervas' que tirei, mas afinal eram as alfaces"- dizia-me ela, divertida, na sequência de conversa breve derivada precisamente para o tema agrícola. Pois, a minha relação com 'plantações' fica-se praticamente pelo mesmo cenário, com a diferença que o manjericão está ali robusto e em rápido crescimento.
A imagem lá de cima é um troço do Azeitão rural bem próximo aqui de casa, que pergunto a mim mesmo quanto tempo ainda resistirá até que alguém do cimento pense que o melhor será arrancar estas 'ervas daninhas'.


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Quinta-feira, 22.10.09

Do que regressar a casa através dos vinhedos que já estão pincelados de vermelho e amarelo? Cheira a terra molhada e a queimadas de fim de época. Cheira a Outono, finalmente.

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Sábado, 17.10.09

Hervé Vilard anunciava que 'Capri c'est fini', pois em verdade vos digo que a praia também. Dado o último mergulho em águas excepcionalmente cálidas e sem a irritante 'nortada', esta 'extended silly season' termina bem. Só tenho pena -como um amigo meu costuma dizer- que a praia não tenha relva em vez de areia. Et bien: venham as castanhas, a água-pé e a jeropiga (não necessariamente por esta ordem).



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Domingo, 11.10.09

Melhor que muitos dias de Verão. Aliás, a habitual gélida água das praias da Arrábida estava hoje em 'competição' aberta com as algarvias.

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Quarta-feira, 24.06.09

Não necessariamente aqueles em que nos metemos 'em trabalhos', como diz o ditado. Nem tão pouco significa, aqui, encurtar caminho. Como tenho o privilégio de morar fora da confusão urbana, ontem decidi vir 'pelos campos' no regresso a casa e os únicos 'transeuntes' em 8Km foram uma meia dúzia de coelhos que saltaram à minha frente, mas demasiado rápidos para figurarem nas imagens lá de cima, mas garanto que estão lá...
Volta e meia aparecem raposas, mas essas mais ao lusco-fusco.
Nada como o ar do campo -e da praia, logo ali por detrás daquela serra- para que o dia saia , pelo menos, mais valorizado.
Caminhos nada recomendáveis a Ferrari, Porsche e outros que tais se for essa a ideia de passeio. Mas conheço um bom tipo para a mecânica.

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Sexta-feira, 29.05.09

Eu e o calor somos incompatíveis. Algo tipo Peixes-Gémeos, astrologicamente escrevendo. Terei seguramente ascendente salmão para só me dar bem no frio.
Ontem, hoje e por este fim de semana fora, esta caloraça afogueante com laivos de magrebe tem-me deixado, justamente, como salmão na grelha.
Dir-me-ão 'se vivesses em Mogadouro é que havias de ver como elas estalam'. É um facto; acho que teria de trazer comigo um daqueles chapéus de ventoínha direccionada, tipo Prof. Pardal.
Vale-me a situação privilegiada de ter a 'minha praia' mesmo à mão de semear: o Creiro. É quase certo que este fim de semana estará impraticável, mesmo para 'atletas de ocasião' que não têm, primeiro, problema em descer a pé 700 ou 1.000 metros acentuados e, segundo, não dão parte-de-fraco no esforço do regresso, embora os bofes estejam já no vermelho. Não é para mim. Por isso, tenho de andar desencontrado ou em mês ou em horas, se quero um lugarzito de estacionamento controlado de modo a reduzir a distância entre o bafo quente e a água fria (ou gelada) lá em baixo. Às 7h da tarde fica tudo pacífico mas a água não aquece por isso, sublinhe-se.
Tudo isto porque ainda não me entregaram este aqui. Sou um tipo de gostos simples, não há nada a fazer.


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Sexta-feira, 01.05.09

Finalmente optaram por não deixar o caruncho tomar conta dos bungalows de madeira, praticamente ao 'Deus dará' desde há muito. Falo do Parque Ambiental do Alambre, na Arrábida e o 'muito' é 11 anos. Ver aqui o rascunho de há 2 anos.
É inacreditável o desinteresse com que obras destas, aparentemente geradoras de recursos, sejam votadas ao abandono anos a fio. Não sei se da responsabilidade do Parque Natural da Arrábida (que permite carradas de lixo no Creiro, mas não permite o arrancar de uma flor) se do Inst. Conserv. da Natureza, se até de outra entidade qualquer com pretensões a colocar-se em bicos de pés, alguém seguramente o é.
Parece que agora o PAAlambre arrancou, em parceria com a ACM/YMCA de Setúbal, com o projecto criado há mais de uma década. Vale mais tarde que nunca, costuma-se dizer, e aqui, não terá sido certamente por falta de 'parceiros'.
Só para que conste, ainda estou à espera de resposta, desde '07, por pare do PNA.

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Terça-feira, 03.02.09
Dizem que custou 3,2M€ a revitalização da zona, ao abrigo do nunca-mais-anda-nem-acaba programa 'Polis'. Efectivamente, quem a viu e quem a vê, nota diferença substancial: ficou bonito, bem bonito mesmo, os 3,5 hectares. Mas...
Com tanto hectare e com tanto milhão, faz-me sempre confusão (rima e é verdade) que, em planta, não se vislumbre (estimados Arquitectos isto é para vós) que uma rampa de acesso ao equipamento de apoio ao parque (Bar e já lá vamos) se absolutamente necessária para pessoas com limitações físicas, não se infere daí que as restantes tenham de fazer o mesmo percurso; não que daí venha mal ao mundo, mas é estranho um terraço de esplanada com cota desnivelada sem guarda e sem escada.
O novo parque urbano de Albarquel tem, à data da foto, sete mesinhos. Voltado para uma das mais belas baías do mundo segundo consta e todos constatam, seria de prever que a 'aragem marítima' desse cabo do verniz barato que revestem os bancos. 3,2M deveriam contemplar em orçamento um revestimento capaz de durar mais algum tempo, digamos, 24 meses. O resultado final é já um ar desmazelado ao final de duzentos dias.
Bar/Café/Esplanada: desde que a fumarada cigarreira foi empurrada para o exterior, as esplanadas multiplicam-se (há males que acabam por vir por bem) e esta, com a tal localização de eleição, é um sítio que o concessionário deveria ter em atenção: as mesas são para estar limpas, o chão é para ser varrido, os cinzeiros são para estar lá fora e limpos, parte disto, é também válido para o interior. Irrita-me o estilo de negócio com um par de funcionários(as) atrás do balcão high-tech onde o cliente paga primeiro, é servido depois, transporta aquilo que já pagou, limpa a cadeira, limpa a mesa, limpa o cinzeiro e toma a bica fria. Pior: é que ninguém lhe paga para isto.
Não é preciso ir à 'prrofundurra' da questão para se perceber aquilo que é tão óbvio.

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Quarta-feira, 07.01.09

Curiosidades cá da aldeia, por assim dizer.

A setecentista estrada real 22, vem hoje em dia cruzar com a mais conhecida EN10, no alto da antiga 'Portella das Necessidades' separando os montes de S.Simão e S.Francisco; local de vista desafogada ainda, calculo que duzentos e cinquenta anos antes, o fosse ainda mais. Aqui fica a ermida das Necessidades, classificada como monumento nacional e essencialmente pelo que alberga no interior: a cruz das necessidades. Datada de 1474 e atribuída a Vasco Queimado de Villalobos. Conta a lenda que a cruz ali ficou por via da junta de bois que a transportava e mesmo depois de reforçada com outra parelha, acabou por partir o carro sendo então entendido como um sinal divino que dali não passaria. Ficou próximo do solar do morgado de Pilatos fundado por Álvaro de Sousa no sec.XVI e que foi também bispo do Funchal (quem diria) e tendo igualmente como residente, um século e qualquer coisa depois, Manoel de Mello, grão prior do Crato e porteiro-mor e um dos conjurados de 1640.
A ermida, essa, nasce em meados de setecentos pela vontade de Manoel Martins, homem de posses e devoto que não suportava ver o secular cruzeiro degradar-se: fica dentro da ermida. E lá está, graças a ele.

Em 1830, Gaspar Henriques de Paiva, beirão de gema, chega a Azeitão. Chega ele e mais um rebanho de ovelhas leiteiras.
Todos os anos, Gaspar, mandava vir um queijeiro da sua estimada Serra da Estrela para a serra mais a sul: a Arrábida. A intenção seria recriar por aqui o mesmo tipo de queijo que mais a norte e em terras bem mais frias conseguia fazer. Como há males que vêm por bem, Gaspar deu assim origem sem saber a um queijo ímpar devido à diferença climatérica e pasto: o queijo de Azeitão.
Aqui fica expresso o meu sentido agradecimento por tão providencial deslocação.

Com ou sem Gaspar, deslocam-se todos os dias alguns rebanhos de ovelhas aqui e ali, onde o betão ou a 'maison de Azeiton' ainda não cavou fundações.
Às vezes passam perto da entrada de El Carmen. Outra ermida, mas desta vez já na estrada para a serra e praias.
Outro sítio fabuloso (hoje propriedade, salvo erro e omissão, da Casa de Palmela) e para o qual D.Madalena Giron, duquesa de Aveiro, teve olho e bom gosto na segunda metade do séc.XVI.
Diz-se que, bem mais tarde, o Marquês de Pombal é que não teve olho para o brazão dos duques de Aveiro nesta propriedade uma vez que terá, consta, escapado à picareta (coisa que não aconteceu no solar dos duques no centro de Azeitão e que é nos dias de hoje um dó de alma ao ver o estado de degradação do palácio) e ao ódio de Pombal.


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Terça-feira, 02.09.08

Os romanos gostaram, os holandeses também e eu ainda mais. Não rima mas é verdade. Setúbal não perdeu -ainda- a beleza e luz que -tomara muitas cidades do velho continente- lhe assiste por natureza. O génio empreendedor luso de hoje talvez não seja o mesmo que, na era dos descobrimentos, permitia passar da ideia à boa prática, sem delongas.
É difícil imaginar o Sado na actual avenida Luísa Tody (actualmente de pantanas à pala de um 'POLIS' mais que atrasado), da mesma forma que não conseguimos visualizar uma frota de navios holandeses zarparem do porto de Setúbal carregados do melhor e mais puro sal europeu: só entre dez anos (1680-1690) foram sete mil e quinhentos que partiram para as terras baixas.
Os holandeses estiveram em força na cidade e algumas partes da zona velha guardam ainda características de casas de Amsterdão. 
Multicultural nos séculos XVII e XVIII, Setúbal, captou também o interesse dos grandes banqueiros de Hamburgo; os Torlades, estavam entre eles. Carlos O'Neill (1760-1835) por casamento com Ana João Torlade, fiha de Henri Torlade, deu início a uma longa linhagem, de onde, nos nossos dias, ressalta o poeta Alexandre O'Neill.

A setecentista Quinta das Machadas, na foto lá em cima, pertença desta família, e na estrada do mesmo nome à saída de Setúbal pela serra, é daqueles elementos de arquitectura resistente ao avanço do inestético caixotão T3 'com vista para a serra e mar'. Quase entalada pelas urbanizações a sul, resiste estoicamente ao avanço do betão e dos muitos, muitos anos.
Hans Christian Andersen de lá levou a melhor recordação da sua estada neste país.

Parecia haver, há quatro anos, um projecto -não terá passado disso- para recuperação das grandes quintas históricas de Setúbal e baixa de Palmela: a das Machadas, a do Hilário, a da Arca de Água e outras tantas.
Não se espera que exista neste projecto parado o devaneio que assistiu D. João II, em 23 de Agosto de 1484, de fazer justiça pelas próprias mãos enviando o Duque de Viseu para o grande arquitecto do universo, ali mesmo no centro de Setúbal. Embora por vezes apeteça dar uns tabefes em burocratas de gravatinha e discurso de circunstância. 
Espera-se sim, que o título de Notável Vila, atribuído em 1514 por foral de D.Manuel II -o mesmo que anos antes fora obrigado a beijar o anel real de D. João II junto do cadáver do Duque de Viseu- não se perca, no século XXI.
A cidade do Sado tem um património invejável e, muitas vezes, desconhecido de outros muitos ou, parafraseando, João Bénard da Costa "talvez seja das cidades de Portugal a que tem mais para contar e da qual menos se conta".


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Terça-feira, 08.07.08


Video thumbnail. Click to play
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Estes dois videos aqui em cima aterraram na minha mailbox vindos sei lá eu de onde, como tantos outros que por ali passam a caminho do certeiro cesto de lixo. Porém, o nome que embrulhava o video cibernético, travou o envio fatal: 'Lapa Santa Margarida_Arrabida'

Na verdade, revelar-se-iam dois, em vez de um só. Não sei quem os fez, nem tão pouco reconheço o endereço de envio, por isso e caso o autor por aqui passe, só tem de bater à porta e dizer: 'é meu.'
Então vamos lá explicar um bocadinho disto aqui em cima, já que ambos os locais se situam quase aqui ao lado.

À Lapa de Santa Margarida da Arrábida, e à sua congénere Gruta da Figueira Brava, chega-se melhor de barco. Ora, como todos aqueles que conheço ou não têm gasolina ou estão penhorados pelo fisco, revelou-se sempre difícil conciliar uma boleia marítima com a minha disponibilidade. Portanto nunca lá pus os calcantes, mas sei onde ficam.
Sei eu e sabia também Alexandre Herculano: [...]"abre-se em dois arcos na rocha, um que dá sobre o mar, outro que dá para fragas. Entra-se pelo que dá sobre o mar, até onde vos puder internar o vosso barquinho, como fazem os pescadores do Cabo quando vão ouvir missa ou levar oferenda à Santa da Lapa. De repente arqueia-se sobre vós a gruta silenciosa, cheia de uma frescura e de uma suavidade inalteráveis, sepultada num silêncio religioso que o roçar das ondas parece não interromper.[...]"

No sopé da serra da Arrábida voltada a sul e entre o Portinho e a praia de Alpertuche e, dizem os especialistas, em arribas escavadas pelo mar no Plistocénico e resultantes da última glaciação, encontra-se a gruta, descoberta não se sabe bem quando ou por quem. Sabe-se sim que, Herculano, quando a visitou ficou pasmado pela transparência das gigantes colunas, a que se chama estalagmites "onde três homens não conseguem abraçar". Uma vez mais, entendidos na matéria, dizem que sob o ponto de vista espeleológico, trata-se de uma cavidade Cársica.
Na Lapa de Santa Margarida, encontra-se no interior a pequena capela, que teria tido três imagens de santos à altura da devoção das gentes da zona. Conta-se também que o último ermitão de guarda ao local terá tido mesada a cargo dos Duques de Aveiro (outros vizinhos aqui), portanto já lá vai algum tempo.

Estamos conversados sobre a gruta. Passemos à ermida: são 7 em toda a serra e pertença do 'Convento Novo' (séc. XV-XVI) que ainda lá está, felizmente bem conservado pela Fundação Oriente que o comprou à Casa Palmela há uns anos.
Uma dessas ermidas, oferecida pelo Duque de Aveiro em 1605, ao frade poeta Frei Agostinho da Cruz, serviria a este último de espartana residência contemplativa. Seria, em 1940, restaurada por ordem da Duquesa de Palmela.
Duvido poder ser que se desfaça
Com água clara, e branda a pedra dura
Com quem assim se beija, assim se abraça.

Mas ouço queixar dentro a Lapa escura,
Roídas as entranhas aparecem
Daquela rouca voz, que lá murmura.

Na que está no filme, a cela 7, e outro local de devoção, tem a imagem de Cristo Senhor dos Aflitos, do final do séc.XVII em tamanho natural e oferecida ao convento por D.João V.

A Arrábida é um inesgotável tema. Grutas, galerias, floresta, quintas e palácios, mar e terra. A voltar um destes dias, por aqui.


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Quarta-feira, 25.06.08
Nem faço a mais pálida ideia se essa publicação ainda se encontra nas bancas. Mas, se por acaso, já se foi, há substitutos à altura, não impressos mas televisionados. Chego até a ter 'pena' do R.Guedes de Carvalho no papel de pivot de noticiário que se quer à viva força que se torne notícia aquilo que nunca terá sido talhado para se dar grande atenção. Não é, obviamente, exclusivo da SIC, é dos outros dois canais também.
Mas hoje, enquanto passarinhava da ala este para a ala oeste aqui de casa, não pude deixar de reparar na sábia resposta de um alentejano a quem o repórter, numa ingrata e tonta missão, perguntava a esse cidadão "se estava calor e se o incomodava". Se não foi assim exactamente, a essência foi esta. Ao que o homem lhe responde: "Nãã. 30 graus né? A gente aqui está habituado a 40, 40 e tais". Estava à espera de quê, o jornalista?
Portanto, notícia em prime time, foi justamente os 'tórridos' 28 graus em Lisboa e os 35 em Beja. E continua a reportagem, na mesma onda de calor, à espera que alguém anuísse à ideia de confrmar 'que sim! está m_e_s_m_o muito calor!', como se este rectângulo luso fosse atravessado por monções ou correntes frias do estreito de Bering, de modo a justificar a caloraça mui estranha em pleno Verão.

Repetentes neste tipo de peças sem justificação, os noticiários das 20h saltitam entre 5 minutos de algo interessante e 70 de mais-valia-estarem-quietos. Salva-se, felizmente, o das 22h na RTP2, que consegue em trinta minutos falar de tudo o que realmente é importante.

Curiosamente, se as peças gágá sobre o calor normal se repetem, não vejo nem oiço nenhum deles dar, por exemplo, a mesma importância ao estado das praias (não me refiro à 'certificação' de bandeira azul) mormente ao estado em que no início do estio, os veraneantes encontram as areias: as beatas enterradas, as garrafinhas de iogurte, as latinhas ou os cacos das garrafas de cervejinha, o pacotinho de batata frita que a criancinha e os paizinhos permitiram que esvoaçasse pelo areal e ali fique, entre outros detritos.
A praia do Creiro, aqui ao lado na Arrábida, é um bom-mau exemplo disso, mais um ano. Uma praia de bilhete-postal, não deve certamente merecer a atenção da Câmara M. de Setúbal e do Parque Natural da Arrábida e muito menos dos Media. Está lá um 'garboso' painel de letras caídas que anuncia os milhares de Euros comparticipados pela UE; está lá um recanto com bancos de madeira tomados pelas silvas que dá pelo nome de 'Fonte da Paciência' que faz juz ao nome: paciência, não há água há dois anos. Está também ladeada em generosa extensão de cercado em nini barrotes de madeira que já foram verdes e já estiveram de pé. Fazem de barreira ao lixo acumulado de anos de gente sem escrúpulos. Nem os dois restaurantes existentes têm, sequer, brio na zona mais próxima que os circunda.

Na foto lá em cima, está um cinzeiro de praia. Exemplar único (meu) de uma acção da Câmara M. de Almada na Praia do Rei, há 4 anos. Não sei se voltaram a aparecer; eu pelo menos, nunca mais os vi. Sei que nesse ano de 2004. essa boa intenção durou o limitado stock que provavelmente a Câmara dispunha, o que traduzido em dias, não chegou a 8. Eram à borla, estavam estratégicamente colocados na entrada da praia logo a seguir à linha do 'Transpraia'. É provável que esta e até outras melhores acções de outras autarquias por esse país fora da zona litoral, existam.
O que está aqui em causa, é que talvez os noticiários, chatos, enormes, das 20h., fizessem melhor, no seu alinhamento, incluir algumas peças (duras e assertivas) tendentes à sensibilização das pessoas para a nojeira em que estão transformadas algumas praias (e matas) em vez de procurarem fazer notícia sobre o que o não é, em diálogos de lana caprina, quiçá inferiores ao primeiro trabalho de qualquer estudante do primeiro ano de Comunicação Social.


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Terça-feira, 09.10.07

Melhor degradar do que utilizar. Deve ser este o mote que rege os responsáveis estatais pelo núcleo de lazer integrado no Parque ambiental do Alambre entre Azeitão e a Arrábida. Que me lembre, só o vi a funcionar uma única vez e, mesmo assim, 'a modos que' espaço alternativo a um dos restaurantes da Figueirinha por altura do encerramento dos acessos entre essa praia e a outra, do Creiro. Foi também por essa altura -Verão de 2004- que um incêndio, desses de 'geração espontânea', arrebatou uma parte do parque.

Dá dó ver um projecto deste tipo perfeitamente parado e abandonado no tempo, com um potencial tremendo, onde só as ideias não vingam se não quiserem ou não as deixarem. Não há, na zona, um outro espaço aberto com estas características e capaz de proporcionar um 'carregar de baterias' a quem por lá possa abancar. Não conheço os bungalows, apenas, a parte do restaurante e cafetaria estavam operacionais na altura em que referi atrás e, curiosamente -ou talvez não- nunca os vi vazios de comensais.

É inaceitável que a entidade responsável por este espaço, o ICN-PNA, prefira ter um investimento parado em vez de gerar receitas e postos de trabalho. Ofereçam-no em exploração -olhem! eu sou candidato- , criem um projecto decente ou saia de cena quem não é de cena.
De boas intenções, no papel, está o inferno cheio:

[...]O Parque Ambiental do Alambre Com uma área de 36,64 hectares, o Parque Ambiental do Alambre fica na zona de Azeitão, no sítio do Alambre, junto a um dos eixos principais de acesso à serra da Arrábida. As características morfológicas e naturais da sua paisagem, tornando-o num espaço ideal para a prática de actividades lúdicas e didácticas, fizeram com que o ICN- PNA adquirisse aquele local no ano de 1989.

Os estudos realizados para a implementação do parque Ambiental do Alambre, privilegiaram tanto quanto possível a manutenção das formas naturais (minimizando as construções, movimentações de terras ou quaisquer outras intervenções), levando em consideração as linhas de água, geomorfologia - o acidentado do relevo, as unidades visuais, as áreas de intercepção a partir dos principais itinerários e a vegetação. Da conjugação das condicionantes físicas e biológicas mencionadas e das características do programa a implementar, resultou a proposta preliminar de ordenamento que consta na carta em anexo e que prevê a criação das seguintes unidades:

• Circuitos de observação e interpretação da natureza;
• Centro apiário - núcleo de apoio, fomento e divulgação da apicultura;
• Espaço lúdico - área para merendas e prática de jogos tradicionais;
• Núcleo para campismo ambiental

• Centro de acolhimento com 32 camas
• Bar

Espaço polivalente
• Recepção e área administrativa

• Instalações de apoio logístico
[...]


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