Meu destino de eleição durante anos a fio: a Meia Praia, em Lagos. Mas foi o primeiro mês de Julho já bem entrado que notei uma praia muito, mas muito dasafogada. O que não é mau de todo, mas é capaz de ser um sintoma dos dias que correm e isto é que não tem absolutamente nada de bom.
No dia em que a Apple anunciou [como esperava] um pouco mais do mesmo da sua linha de 'pequenos domésticos' [ninguém estranhará hoje em dia ter um monitor LG e uma máquina de lavar loiça da mesma marca, pois não? Portanto, lá chegaremos] a milhares de quilómetros desse evento, eu estive noutro: num daqueles em que algumas empresas apostam na mudança, no tal 'switch' propagandeado pela marca de Cupertino, não de uma mera máquina de secretária de um qualquer 'CEO', mas de um parque inteiro. Coisas 'sem importância', portanto.
Bom, mas este 'post' não é sobre esse assunto, este 'post' é sobre alguma irracional atitude da indústria hoteleira algarvia e a arte de mal acolher, não obstante: 'crise', 'asae', 'zero poder de compra' e outros culpados do costume. Todos terceiros, menos os próprios.
Embora o espaço aéreo algarvio já tenha sido reaberto, achámos melhor a deslocação ser feita de modo convencional tirando partido da A2 e da via do rapaz de Sagres. Quilómetro qualquer coisa, entre Loulé e Boliqueime, 12.2oh., restaurante de estrada secundária, não muito grande mas com esplanada e 'zimmer/chambres' e, importante, generosa zona de estacionamento na propriedade. Aquele estilo sui generis de ter os cartoeszinhos 'Reservado' em todas as mesas de esplanada -não é o único- nunca percebi muito bem qual o objectivo, afinal (como noutros) estavam livres.
Às vezes o enfado de ter que fazer negócio é danado. Aquela frase de 'acolhimento' pós-lista -de- pratos, dada pela que deverá ser a direcção-geral do sítio é um primor: "Vá! Então digam lá"
É daquelas frases 'simpáticas', que para além de apetecer dizer "lá" em côro também apetece colocar o avental nas orelhinhas e apertar com mola da roupa.
Claro que este introito despoletou outras situações vividas em outras ocasiões pelos presentes, também na mesma indústria, onde numa estalagem, à pergunta pueril de "ainda servem alguma coisa?" se segue a resposta pronta "Lá terá de ser, não é?".
Não fixei o nome do restaurante, sei que estaria relacionado com qualquer especialidade Madeirense, o que já de si por a) não esperar nada de bom dessa zona geográfica b) muito menos no Algarve, não augura nada de positivo e o nome ficou nas brumas. Menos o bife grelhado que salvou parcialmente a honra do convento. (no rocket science after all, a bem dizer)
Já encontrei isto e muito pior no reino dos algarves, o que me leva a pensar que, efectivamente, burro velho hoteleiro não aprende. Na verdade, nem velho nem novo.
Nas reservas online de hotéis do Algarve por operadores externos, na zona de comentários de utilizadores, há coisas deveras interessantes e bizarras.
Mero exemplo, este aqui:
'Very old. The lock on the door was faulty. No air conditioning. Water from the tap was yellow sometimes. The shower took 10 to 15 minutes to heat up. The continental breakfast consisted of bread, ham and cheese. I have stayed in many hotels where a continental breakfast included a hot sausage or boiled egg. The TV in the TV room had one channel which flickered all the time.'
Este, pertence a um quatro estrelas na zona de Lagos. Conheço-o há dezenas de anos e sempre me fez confusão porque teria uma classificação desse tipo. Por comparação, em Loulé, um centenário três estrelas, e onde hoje também estive, consegue reunir uma classificação de 8.5 numa escala de 10, no site booking.com
O critério de atribuição estelar não será exactamente o mesmo que preside a atribuição galática das estrelinhas Michelin, mas algo vai mal nestas classificações. O que parece ser, como se sabe, por vezes não é.