O 'swedish chef' apresenta o 'fabrico especial desta casa'. Não é assim em todos os rótulos dos singelos bolos de arroz? É. Três pontos a considerar: 1- esta receita vem quase do jurássico (linhagem, portanto) pelo que está sobejamente testada 2- é preciso mãozinhas finas e não dedinhos de martelo 3- as criancinhas adoram e os 'cotas' também
Então é assim:
Do supermercado sonegue 6 cenouras e 250gr. de açúcar, da horta do vizinho subtraia 4 laranjas médias. Com o produto na sacola, corra para casa.
Comece por descascar as cenouras e retirar as cascas das laranjas, note que nestas é o 'vidrado' que interessa, por isso, afie a faca como deve ser e esqueça a pele interior branca. Também não é preciso fazer cornucópias com as cascas, mas se sair assim, fica bonito embora seja para destruir. Fui claro até aqui? Continuando: Agora coza as cenouras e as cascas finas da laranja. Pronto. Se pensava que ia já passar à fase da engorda, esqueça. Isto é cozido de véspera e fica a escorrer a água da cozedura de um dia para o outro. Coloque no frigorífico por via das dúvidas. No dia seguinte, acorde a pensar nisto.
Vá para a cozinha e tente descobrir um passe-vite no meio dos tachos e outra bagunça. Se descobriu, podemos continuar. Não invente: não é 'varinha mágica' não é picadora '1-2-3'. É produto semi-arqueológico mesmo, pode, contudo, ser dos mais modernaços, movidos a electricidade. Se não tiver, faça como eu: peça emprestado. É por uma boa causa.
Armado de passe-vite na mão, moa aquela cozedura toda do dia anterior para um tachinho daqueles de ferro ou dos outros que dizem que não pega nada ao fundo (pois...) ; junte os 250gr. de açúcar, fruto daquele desvario no supermercado do dia anterior. Afaste todo e qualquer napalm que possa estar junto ao fogão. Acenda um dos bicos do fogão, com aquilo que lhe é usual: isqueiro, fósforo, lança-chamas, qualquer coisa. Mas acenda.
Coloque o tacho ao lume (com o produto moído + o açucar lá dentro obviamente). Agora vamos apurar essa amálgama, mexendo com colher de pau daquelas tecnicamente desaconselhadas pela ASAE. Os antigos não tinham muita noção dos minutos e segundos para estas coisas de fogão, por isso, a experiência aconselha que dez minutos deverão ser suficientes em lume brando até ficar apurado num produto mais ou menos consistente. O olho aí é mestre. Esperando que tenha corrido bem desse lado, deixe arrefecer. Entretanto, vá desencantar daquelas forminhas pequenas de papel frisado.
Continuemos, então. Arranje um prato pequeno e coloque um pouco de açúcar pilé. (o pilé é só para confundir). Agora vá lavar as mãos. Com a massa já fria, faça com jeito umas bolinhas -as mãozinhas gentis são aqui importantes- envolva no tal açúcar pilé e coloque na caixinha de papel frisado. Siga alegremente e pela mesma ordem até acabar com o resto do tacho. Ponha isso num prato decente e chame a malta. Se sobrar (pois sim...) guarde no frio. Se perguntarem como se chama, educadamente diga o seu nome evidentemente.
Na eventualidade de alguma coisa estar confusa, posso voltar aqui a repetir: