Ontem entrei e abanquei pela primeira vez na vida numa clássica casa de fados de Lisboa (
where else?) num gentil convite do meu genro
. Fui (fomos todos) ao '
Faia'.
Nada tenho contra o fado, simplesmente nunca me cativou e continua a não cativar. É (en)fado ouvir fado e quanto a isso nada a fazer. E não é à falta de convites para que, de alguma forma, pudesse mudar a minha opinião:
este meu estimado amigo, dono de vários blogs e profundo conhecedor da matéria, desistiu -deixa-me cá ver- talvez ao final de vinte anos. Nunca conseguiu 'arrastar-me' para escutar algum(a) fadista de outras eras ou algum dos mais recentes.
Ontem, porém, não fui obviamente '
arrastado' para coisa nenhuma, fui e pronto. Uma casa como o 'Faia' para se manter de pé há sessenta e dois anos é porque alguma coisa a impede de cair e, segura e tranquilamente, uma delas é a qualidade da comida (atenção aos preços, porque é um jantar/espectáculo e de 'tasca vadia' nada tem) o serviço irrepreensível e claro está -para entusiastas- as cabeças de cartaz, entre as quais a própria dona: Lenita Gentil.
Os versos lá de cima -'
Lisboa antiga'- da dupla Galhardo/Vale e música de Raúl Portela, foram cantados por outra voz experiente: Anita Guerreiro. O único que eu melhor conhecia e aquele que mais gostei também.
Sem ter -nem a irei ter nunca- alma bairrista é, mais que certo, difícil entender a própria
alma do fado e se me visse a trabalhar numa casa destas, seguramente que me daria um 'treco' logo nos acordes iniciais sem necessidade de me vencerem pelo cansaço.
Contudo e, porque se tratou de um acto isolado, a experiência resultou muito agradável em primeiro lugar pela companhia familiar e em segundo pela comida e justamente por esta e única ordem.
Cá fora, na Rua da Barroca, em pleno coração do Bairro Alto (continua imundo por sinal) as hordas de gente de copinho plástico na mão ou garrafinha de vidro que mais tarde será atirada para qualquer sítio, inundavam quer essa, quer as outras ruas adjacentes ou o próprio largo de Camões ou o próprio Chiado, para lá da meia noite já. Deve ser sempre assim, eu é que não sou '
visita de casa' (Bairro Alto) nem '
traseunte frequente' da zona e por isso, '
não acumulando milhas', me causou alguma surpresa, admitindo a estoicidade da tal '
crise' instalada... Pois. Aliás, registei 'isso' igualmente na 24 de Julho e em Alcântara.
Mas estou pronto para outra. E sim Patrícia, da próxima, pode ser mesmo
Jazz:
Chet Baker, mesmo já em diferido, pode constituir uma boa opção.
Foi só uma ideia...