Colombo: há o
original, enquanto expressão, e o
outro, enquanto construção. Outros haverá, mas não são para aqui chamados.
Colombo (o Cristóvão) basicamente pretendia demonstrar pelo ovo levemente estalado na base, algures no meio de um jantar cinco séculos atrás, que as ideias aparentemente simples e óbvias precisam primariamente de alguém para as pensar e colocar em prática, para depois se tornarem realmente óbvias do tipo 'isso até eu fazia'.
Claro que se pelo meio existir impedimentos, naturais ou fabricados, a ideia não vinga.
Vem isto a propósito de há um par de horas ter aberto uma folhita Excel com uma projecção a dez anos de uma 'megastore' de informática, em cenários conservador e optimista. A folha data de 1998; a projecção feita na altura termina 'para o mês que vem', i.e. em Dezembro de 2008. Tem piada isto. Feita meia dúzia de me
ses depois da pomposa inauguração do Centro Comercial Colombo, a análise versava precisamente esse novo local ali a Benfica.
Por acaso -somente
por acaso- esse projecto incluia uma generosa área Apple, distante ainda do futuro conceito que esse fabricante iria ditar mais tarde; seja como for, a bem dizer, eu teria gostado que ele fosse genuinamente Apple, mas obviamente seria insustentável e mesmo que se juntasse todos os produtos correlacionados, talvez a mais recheada prateleira pertencesse à
Claris e o restante fosse assim 'a modos' que vazio. Depois, a montante, com a constante indisponibilidade de hardware por parte do fabricante -e para o qual a incompetência de um gaulês estranhamente agarrado a este país, muito contribuiu durante anos- para um mercado tido como periférico, não facilitariam nunca uma 'super-loja-da-marca' sem produtos ou, então, obsoletos.
Com este projecto, acabou por ganhar relevo -e implementação- uma outra insígnia que não a forma de uma maçã.
Poucos anos depois, o mesmo local, voltou a ser alvo de atenção numa hipotética réplica nacional das, agora sim, primeiras lojas norte americanas da marca. Mas para quem vinha de uma 'mercearia' e lhes tinha sido dado um 'supermercado', outras -digamos-
prioridades se levantavam. Oportunidade desperdiçada, portanto.
Como tudo na vida é feito de ciclos, não me surpreenderá, por isso, que um novo ciclo idêntico ao original de há uma década, volte, quem sabe, a animar imaginário. Até porque, dos tais 4 'pês' do Marketing (
mix not shaken), o '
Place' é dos mais importantes e isto até um merceeiro sabe.