Há a tendência, em termos de gestão, de olhar para algumas linhas de informação de maior relevo, quer seja EBITDA quer sejam vendas, quer seja fornecedores; se bem que esta última, para alguns, assume a linha de menor importância e por inerência aquela que, de soslaio, se olha ao pousar a folha de informação. Claro está que, se nela constar a fornecedor principal e que faz mover o negócio, bom, então, sempre se poderá ajustar a visão. Com alguma deficiência, mas ajusta-se, o que não significa que se lhe dê capital importância, bem vistas as coisas tem na mesma o rótulo de '22' no plano de contas.
Titó anda contente com a sua nova loja de bijutaria fina: tem artigos importados e alguns nacionais, um soberbo espaço na viela mais movimentada de Nozes de Baixo, pessoal especializado capaz de distinguir prata de lei de uma armadilha em papel de alumínio e tem clientes. Não tantos como pensaria ter, mas tem.
Titó tinha trabalhado antes na grande distribuição de pneus recauchutados, por isso a bijutaria fina não lhe traria problemas, a bem dizer, ambos os negócios utilizam aramito. Pensou e disse.
De resto, o convite formulado pelo grupo de excursionistas/accionistas que lhe colocaram na mão um importante projecto de loja altamente especializada em finos ornamentos não poderia ser deitado a perder.
Na sua folha de cálculo pouco calculado, Titó traça um ambicioso objectivo ao olhar para a sua mão esquerda enquanto segurava um 'mata-ratos' barato: dois dedos entalavam a beata e um, o polegar, parecia fazer o sinal de tudo fixe. A soma dá três. Três milhões parece-me bem.
Titó passou a altura do PREC a jogar à carica na borda do passeio, por isso, a consulta às bases era tema que nunca ouvira falar.
Três milhões era um número redondo e bonito e, por ser bonito, faria boa figura junto do grupo de excursionistas/accionistas do projecto. Óbvio que fez. A grande linha era essa: quanto vende. E percebeu que esse grupo alinhava pela mesma leitura.
Titó patina no seu próprio orçamento não recauchutado, sabe que tem um desvio de meio milhão que nunca há-de recuperar, que mais de metade dos dias dos meses está abaixo da média traçada, mas pensa também: que diacho!Se o Sado nasce lá nos Algarves e corre ao contrário, de baixo para cima e chega à foz, o que é um rio comparado com meu proactivo fluxo gerador?
De facto, direi eu, ambos terão capacidade de afogamento.
A fábula do 'Coelhinho Gestor' em post publicado pelo meu estimado amigo PA, há quase três anos, é um bom exemplo das grandes linhas. Não necessariamente orientadoras.
Alguns meteorologistas, do local do costume, anunciavam há um par de meses "o mais tórrido Verão dos últimos anos"; a menos que tenha sido, por cá, na zona da terra quente do Nordeste, por aqui, no litoral sadino, a coisa foi bem pacífica: hoje nevoeiro, ontem, como se vê, só faltou chover.
Podia ter ido até às Fiji, que dizem ser um sítio catita, mas como sou um tipo de gostos simples, prefiro ficar por aqui.
O epíteto parte do 'Mayor' de New Orleans. Na verdade, assim parece ser. Quando uma tempestade é maior que o estado do Texas, não deverá haver muitos Chuck Norris disponíveis para se armarem em valentes. A época dos furacões & depressões está no seu pleno. O furacão Gustav que está a cerca de 18h de entrar pela boca do rio Mississipi acima, está, obviamente, a assustar toda a população da castiça cidade de New Orleans, tão devastada há 3 anos por outra super tempestade.
Uma evacuação de uma cidade utilizando aviões, é sintoma que desta vez as coisas devem ser levadas muito a sério e num curtíssimo espaço de tempo, porque a categoria 3 ou 4 num episódio destes é, por certo, devastador.
Se ao menos os 'phosphatos e sulphatos' do filme publicitário Via Aurea, do post anterior, servissem para exterminar este maldito nemátodo, isso é que seria ouro sobre azul. Verde, neste caso. Já oiço falar deste insecto 'seca-seiva' há uns anos bons, mas ver ao vivo grandes áreas de pinhal doente serem abatidas, esta semana, aqui na zona da Arrábida é coisa que faz doer. Como escreveu Karl Valentin: 'e não se pode exterminá-lo?' Aparentemente, não.
Pequena preciosidade em 35m/m, agora exemplarmente restaurada, deste pequeno filme publicitário dos anos 30 visando a qualidade dos 'phosphatos e sulphatos' da CUF e Imperial Chemical Industries, respectivamente. O jovem Vasco Santana, já aqui deixava antever, a graça futura nos filmes que quase todos nós conhecemos. Mesmo separado por sete décadas, nota-se que o filme podia muito bem ser algo realizado nos nossos dias, ao melhor estilo de um 'flashback' e porque não há, assim tanto, uma diferença colossal sobre a forma de anunciar. E fosfatos ou sulfatos não é um produto fácil. Terá certamente antecido uma 'première' de alguma fita estrangeira, ao abrigo da 'lei dos cem metros' de 1927.
A propósito da que será a pimeira múmia Wari descoberta no Perú e, admitindo algum parentesco com os Wari do brasileiro estado de Rondônia, há aqui um texto de aguçar o apetite.
Terei, seguramente, centenas de receitas: ora em capa rígida e bonitinha, ora em manuais culinários vindos de uns tantos alfarrabistas, ora em documentos únicos que atravessam gerações na mesma família. Este lá em cima, não está em nenhuma destas categorias. É um pequeno livro oferta da Royal de 1966. Mas para além das 'receitas testadas' é daqueles que se preocupam com o detalhe, seja do exacto grau Baumé, seja da limpeza 'com palha de aço' numa forma não aconselhável de lata, seja ainda do tempo preciso e número exacto de batidelas da massa. 'Bata vigorosamente umas 300 vezes'. É obra. Sem necessidade de exóticos 'Chef' de turbante ou alta pastelaria de fusão de coisa nenhuma, as tais receitas testadas, são de facto, tiro certeiro. Não há falhas, se seguidas à risca. Bons tempos em que havia tempo.
Pode até ser uma campanha interessante, esta da Super Bock, mas, na verdade, deixa muito a desejar quanto à qualidade e capacidade de percepção dos dígitos alfa numéricos que -de acordo com a resposta que recebi- "utilizam a mais recente técnica de gravação a laser" no interior das caricas. Sumidos e mesmo invisíveis ou onde um'Q' pode ser um 'O' ou um '0' (zero) é como de facto se apresentam, pelo menos aquelas que por aqui tenho. Falta de tacto desta vez, nada habitual de resto, nas campanhas da SB.