Não o conhecia até ver o filme "The pursuit of happiness". Longe de ser um filme 'lamechas', é, na realidade, a história verídica de um homem a quem os lampiões da providência se apagaram quase todos ao mesmo tempo nos anos '80. Conta a história do desespero de não ter sustento, de como os amigos ou, com quem se vive todos dias, desaparecem, mas conta também como é importante não desistir. Pode ser uma história igual a algumas outras, mas pode também ser única. Cá como lá (EUA), ou em qualquer outro lugar, os supostos 'amigos' só pululam quando o vento está de feição, fora isso, tendem, normalmente, a integrar o éter. Aposto que hoje em dia, Chris, deverá poder escolher as suas amizades e ajudar da mesma forma que foi auxiliado. Créditos: imagem The Oprah Winfrey show
História para quê? Presumivelmente será assim que pensa o MC ao abdicar da compra regular mensal de 150 números para as bibliotecas, de acordo com uma notícia publicada no jornal 'Público' de hoje e dá conta da suspensão da revista e de uma petição online. Se a quebra nas assinaturas condiciona de igual modo a continuidade -de trinta anos- nas bancas e se apenas dez mil euros/ano podem permitir o seu regresso, pergunto-me onde estarão os mecenas da cultura?
Como se se tratasse de um bundle do tipo perda-dois-e-ganhe-nenhum, a revista Premiere, única especializada em cinema, publica também o último número. Outros, por exemplo, perdem receitas publicitárias na ordem dos $50K apenas por quatro letrinhas escritas num editorial, e estou a falar de um jornal universitário, tão simplesmente. Oxalá, por cá, não dêm lugar a mais umas publicações de cordel-cor-de-rosa, decalques perfeitos da ignorância e idiotice.
“A Arquitectura entrou na decadência quando deixou de ser tectónica para se tornar em simples técnica” -R.L. ao D.N. '53
Raúl Lino (1879-1974), já o tinha dito antes, é, de facto, o meu Arquitecto de referência, por diversas razões: gosto do estilo, gosto do traço, gosto dos materiais, gosto da integração que sempre soube genialmente fazer.
O Arq. José Cornélio da Silva, descreve-o assim: [...]'Raul Lino considerou sempre que a Beleza era a expressão material do Bem, e como profundo admirador da natureza, nela colhia a subtil sabedoria que a fazia tímida e inocente. Optou por isso criar um afastamento à arquitectura positivista dos maquinismos, representante do triunfo da burguesia, procurando os valores estéticos e nobres que sempre uniram na mesma dignidade a genuína arquitectura popular com a grande arquitectura erudita.[...] Na busca das tradições da Casa Portuguesa, inspirou-se igualmente na arquitectura popular como nas soluções edificadas com conhecimento arquitectónico. Procurando uma nova síntese que satisfizesse as novas necessidades da sociedade portuguesa moderna, mas que se integrasse na grande continuidade que edificou o país e frutificou a sua cultura de “topos” isto é, a sua expressão regional.'[...] [...]'Assim, pela variada obra como artista, arquitecto e pensador, Raul Lino ocupa um lugar destacado na galeria dos varões ilustres lusitanos, mas também na dos humanistas e profetas do nosso século que denunciaram o afastamento dos povos das suas raízes, da sua cultura e do seu “solum”, isto é do seu território. Nas conclusões que hoje podemos formular em virtude da experiência havida, não podemos deixar de verificar o rigor das análises e previsões de Raul Lino. Hoje que a fealdade se instalou, reflexo proporcional do mal de que transpiram as sociedades, as ideias de Raul Lino poderão raiar quase a inocência, para utilizar as expressões de uma crítica especiosa. É que Raul Lino soube manter sempre preservado um ingrediente que o trouxe mais próximo da sacralidade das coisas e representada numa consciência da inocência como património indissociável do Belo.'[...]
'A Nossa Casa - Apontamentos sobre o bom gosto na construção das casas simples'-RL
Ser convidado pelo canal SIC Notícias para falar em directo sobre assuntos eleitorais do partido a que pertence e, sem mais nem aquela, ser interrompido para uma ligação à chegada ao aeroporto do mais famoso desempregado do país, aka J.Mourinho, claro que não cai bem e, por isso, deu o troco na mesma moeda: agora ficam vocês pendurados aqui no estúdio. Isto não deixa de ser curioso, se se fizer uma relação com o texto lido em voz off pelo jornalista Bento Rodrigues, no jornal das 20h-SIC, sobre o tema da hipotética foto de uma criança marroquina corresponder à da miúda inglesa desaparecida, onde a páginas tantas, o jornalista chamava a atenção para o incómodo e exposição desnecessária causado pelos media ao publicarem a foto, ao avançarem para Marrocos, ao abrirem noticiários, na ânsia da notícia, etc. Na realidade, nada que não façam na sua própria casa, mesmo que haja convidados.