Há uns dias, escrevia eu por aqui, claramente dirigido a alguns 'distraídos' que eu sei que por aqui poisam, que as 'empresas também se fazem de pessoas'. E, para justificar que esta afirmação -não sendo original- faz todo o sentido, basta atentar num pequeno, mas sólido evento que ontem conseguiu agregar cerca de quarenta bem-dispostos antigos -em clara maioria- e alguns actuais Colaboradores da formação inicial do actual representante da marca Apple em Portugal.
Alguns, não se viam há mais de uma dúzia de anos, mas isso não significa esquecimento. São vivências várias ao longo de mais de vinte anos, essencialmente ligados a uma marca que de algum modo tocou as pessoas que com ela trabalharam ou ainda trabalham, mas é obviamente nas pessoas que se criam laços de amizade, que, sem terem uma componente alcalina, acabam mesmo por durar.
Uns atravessaram períodos bons, outros colidiram com os menos bons, próprios de qualquer negócio; não há heróis. Há sim, um conjunto de profissionais que não conspiram, mas transpiram empatia. À mentora e organizadora deste encontro de Amigos, deixo aqui a devida vénia.
Deixem que vos diga, que se esta notícia, tivesse ocorrido há uma dezena de anos atrás, i.e., no tempo das 'vacas magras' do fabricante, importador e 'assuntos conexos', a notícia muito provavelmente teria apenas 'honras' de rodapé jornalístico. Hoje em dia, não. Os semanários de referência dão a a devida atenção (tardia, mas dão), a blogosfera existe e comenta (há desculpa aqui, porque recuando dez anos, era algo insipiente ou quase inexistente) e por todo o lado, ou pelo menos com quem eu me cruzo e, por deformação profissional, todos falam neste assunto: Haverá uma subsidiária Apple no nosso país em rápida formação. Pode ser que sim.
O assunto até não é novo. Mas lá está: actualmente e, unicamente por força de um gadget chamado iPod, as atenções estão muito mais centradas no peculiar mundo que é a Apple. Passou a ser a referência deste fabricante para uma larga fatia de utilizadores e, claro, já a partir de amanhã, uma outra referência no mundo das telecomunicaçoes vai surgir.
Em 2000, a Apple poderia começar a pensar numa subsidiária para Portugal, se o share atingisse o mínimo de 4%. O que talvez muita gente desconheça -e os dados são IDC- é que este luso território o conseguiu em vários trimestres, suplantando a vizinha Espanha e a Austria. E se mais não fez, apenas se deve aquilo que muitos utilizadores sempre sentiram: a falta de equipamentos em número suficiente para abastecer o mercado. IMC's sempre depois das subsidiárias. E este foi sempre o problema, a montante.
Não me choca rigorasamente nada que o fabricante, finalmente, acabe por chegar à conclusão (também tardia) que o 'mercado está maduro' em Portugal e opte por o controlar directamente sem terceiras partes. É bom, contudo, que se lembre que para chegar até aqui, muita gente absolutamente dedicada (e quando falo 'muita' quero apenas dizer temporalmente espaçada e não em número, porque as equipas quase sempre foram reduzidas e muito polivalentes) aguentou a enorme e pesada tarefa de manter vivo algo como o "apple-state-of mind", sem gadgets. A existir uma subsidiária, terão a obrigação de o fazer, agora, muito melhor por todos os recursos que, seguramente, lhe estarão associados.
É uma obra emblemática do início dos anos 30 do sec. passado, este Pavilhão dos Desportos de Lisboa, hoje conhecido por PCL (pavilhão Carlos Lopes) e tal como o atleta que lhá o nome, também, hoje em dia, o dito pavilhão está arredado das lides desportivas ou culturais desde há uns anos (julgo que quatro). Tal como tinha comentado no post anterior, foi mesmo aqui que estacionei ao descobrir mais um recinto da 'parqueadora' EMEL. Há anos que por ali não passava. Aliás, só entrei uma vez no Pavilhão e nada tinha a ver com actividade desportiva: foi um concerto, algures ali pelos anos '80. Lembro-me que não se ouvia nada. Óbvio: não foi projectado para isso.
De resto, parece-me que para a prática desportiva, este edifício também não cumprirá nos dias de hoje, os mínimos exigidos; mas daí a deixar degradar uma construção desta amplitude é algo inaceitável. Irrita-me o desleixo e a constante canção do pobrezinho autárquico sem fundos. Há seguramente um leque enorme de opções que podem transformar o actual pavilhão num local de prestígio. Antes que caia, parece que será o Casino de Lisboa a comparticipar qualquer coisita. Pois que seja. Faites vos jeux!
Não sabia exactamente onde ficava; apenas que seria na Av. AAA, junto à estação do metro do Parque. Estacionei num local que desconhecia existir ali na lateral do Eduardo VII (já la vamos noutro post) e desci até à avenida até dobrar a esquina e dou de caras com a clínica onde nasci. Placa já gasta pelo tempo, mas ainda legível. Prédio ao lado deste, era afinal o meu local de destino para um exame médico, para atestar a conformidade da retirada "de uma peça de service", como eu costumo brincar com isto, que há quase meio século, na porta ao lado, também tinham atestado estar tudo 'em conformidade'.
Mais cota menos cota, é por essas alturas, que do Alto do Pragal, se tem uma das mais impressionantes vistas de Lisboa e Tejo, constantemente varridas pela ventania umas vezes mais forte que outras. Sob a monumental obra de Mestre Francisco Franco, que é o Cristo-Rei, o terreno circundante é só tratado até uma determinada parte; a mais extensa, conserva o ar bravio e, de algum modo, mais desmazelado que poético.
Faz-me de alguma forma apreensão, porque não rentabiliza o Santuário Nacional de Cristo Rei, o espaço algo generoso que o envolve e arrecada com isso os não menos generosos euros que muito provavelmente seriam úteis na conservação e manutenção do monumento e espaços anexos. Não falo da instalação de uma cadeia internacional de fast-food, mas sim de algum equipamento condigno e que não colidisse -ou profanasse- o local religioso. A coexistência pode, certamente, ser pacífica. E rentável. Ter apenas um cafézito insipiente, com vista para o terreiro de estacionamento, com o tão sugestivo aviso "que não há serviço de mesas", uma loja de 'souvenirs' e uma dúzia de mesas de madeira para o farnel excursionista, é algo redutor. Quantos espaços dispõem, afinal, de uma localização tão priveligiada quanto este?
O Jamor já não é navegável, não existe (que eu saiba) um 'Carnaxide Resort' e não é seguramente, por isso, hoje em dia, destino de férias. Porém, no último quartel de 1800, Tomáz Ribeiro, Par do Reino, Ministro da Marinha, Ministro das Obras Públicas, Governador Civil e ainda escritor de relevo, era homem para ir descansar de tantos afazeres nos frescos ares de Carnaxide. A lei das incompatibilidades ainda era algo por descobrir. Vem esta localidade a propósito de um local específico e para o qual, T.Ribeiro, foi o dinamizador principal: o Santuário de N. Sra. da Rocha. Tantas vezes por ali passei, para fintar filas na ponte sobre o Tejo e encetar uma descomunal volta via CREL para rumar a sul e, nunca tinha tido tempo para desviar para este Santuário, que até hoje só conhecia pela placa indicativa.
Claro que estava fechado. O local, em si, nada tem de especial. O Jamor, com uma aparência límpida, corre pela altura do tornozelo, o edifício religioso bem conservado, lá está. Ponho-me a imaginar como seria tudo aquilo no voltar do séc. XIX. Pronto: conheci finalmente. Agora, a história é, como todas as histórias ou estórias, interessante. Mas essa é para ler aqui.
Volta e meia: lá está mais um queixar-se. O desespero dos clientes ou, pelo menos, a decepção é absolutamente legítima; mas ao fim de tanto tempo de permanência no nosso país, certamente que o fabricante de Cupertino, já deveria ter percebido que isto não é um paízito mesmo-mesmo periférico. Com tantos 'Excel' e mapinhas de coça-piolho com muitos 'run-rates', 'trends', 'cost-to-market' e afins, afinal não conseguem entender que em matéria de Service só há uma coisa que funciona: agilidade e stock. As duas não se separam. Tão simples. Se Cupertino não entende, há pelo menos um gaulês que está agarrado, qual lapa, a este negócio há muitos anos - vá lá saber-se porquê...- que tem, obviamente, a obrigação de colmatar estes problemas no mercado nacional.
Se há site que me irrita pela sua constante inoperacionalidade e mensagens de erro é este lusitano Instituto de Meteorologia. Se fosse a reportar ao 'suporte técnico' a quantidade de vezes que este site anuncia o 'lamentável erro', deveriam ter outro para resolver, mas desta vez no servidor de mail... A bem dizer: há outros sites (internacionais, claro) que funcionam na precisão e na previsão e onde certamente se importam com os seus utilizadores. Who cares?
Hodie , em latim, significa 'hoje'; Cras: 'amanhã'. Esta é a inscrição na base do pedestal de um santo muito peculiar: Santo Expedito. O próprio nome (vamos considerá-lo certo) diz tudo, e é cá dos meus: não perde tempo com coisinhas e não deixa para amanhã (cras) aquilo que pode ser resolvido hoje (hodie). A atestar esta proactividade está uma verdadeira cobertura adicional de pequenas placas de uma imensidade de gente agradecida.
Poderá certamente haver mais lugares de culto onde este santo legionário, comandante-chefe da XII legião romana, esteja representado (ainda não vi outro), mas este que aqui fica representado em .jpg está na Basílica dos Mártires, ao Chiado. E esta é uma igreja soberba, talvez das mais bonitas que eu conheça. A antiguidade é também 'um posto': a primeira pedra, seguramente sem grande cobertura dos media na altura, foi lançada a 21 de Novembro de 1147, logo a seguir à conquista de Lisboa pelo tio Afonso. A pia baptismal, trazida intacta da primitiva basílica (e estou a citar) é verdadeiramente impressionante, não só pela beleza da peça mas igualmente pelo estado de conservação. Toda a actual igreja é uma obra prima da reconstrução pombalina. A pequena capela interior de recolhimento é outra. Toda a história pode ser lida no bem elaborado site da paróquia.
CalabashMusic é um dos sites meus favoritos no que à música do mundo diz respeito. Música algo alternativa, por assim dizer, já que muita dela não entra sequer no tradicional circuito comercial. O interessante é poder ouvir sons da Austrália aborígene até às pampas argentinas com uma alta qualidade, num site tremendamente bem elaborado. Esta 'amostra' que aqui fica é um dos muitos que gosto; neste caso, Spanish Harlem Orchestra