Segunda-feira, 19 de Setembro de 2005
O marketing é danado. E às vezes não funciona.
Comprei um daqueles cartões Optimus 5€-5€ chamadas que se vendem no hipermercado do mesmo Grupo. Até aqui tudo bem. Activar o cartão: coisa aparentemente fácil. Escolher o tarifário: hummmm. Da panóplia descritiva no livrinho que acompanha o cartão SIM, escolho (apenas na leitura) o Total Livre. Diz que não há carregamentos, e 2 chamadas é qb por trimestre. OK. "Este serve" penso eu.
Activar o n#. Ligar para o número indicado. Já está. Voz de menina gravada: "O seu cartão já está activo. Obrigado".
Eh lá! Então e o tarifário? Não escolhi nada (porque não deu hipótese).
Vamos lá ligar para o tal "do apoio ao cliente": dizem que a gravação continuaria para eu escolher o tarifário. Inverdade. Não deu qualquer hipótese. Fico a saber que "por defeito" o sistema assume um plano "boomerang" qualquer da Optimus. Boomerang? Qual boomerang? Eu quero é o "Total Livre"! Respondem: "Bom... como só activou o n# de telemóvel há poucos minutos, eu excepcionalmente vou efectuar aqui o registo do tarifário que pretende".
Desculpe?... Disse "excepcionalmente"?
Ao tropeçar hoje numa notícia do jornal Toronto Star, sobre a guerra verbal hoje mantida entre o Canadá e a Dinamarca por causa de um pedação de rocha ártica que cada um diz ser seu e dá pelo nome de Hans Island, não pude deixar de sorrir ao lembrar-me que há uns anos conheci um canadiano que de tão idiota nem sequer faz parte da minha listagem de desinteressantes. É que no fundo, também esse tinha uma certa mania de intromissão gratuita em assuntos que não lhe diziam respeito e, quando lhe diziam, fazia por não entender, amuando. Apesar de ser um rapazito para os seus 28 anitos, a barba nasceu-lhe tarde.
A realidade é que quase chegou a dar aquela impressão-tipo "mas lá serão todos assim?...". Não. Claro que não. Lá como cá. Há personagens por quem temos uma empatia quase imediata, há outros que nem mesmo depois das trombetas do juízo final a coisa se compõe. Este é o caso. O Canadá é que não tem culpa.
Ainda a propósito da rapaziada de Cupertino: há um par de anos, mais coisa menos coisa, um amigo meu (daqueles que são verdadeiros amigos) e que escolheu na vida ser um designer fabuloso, propos-me uma peça para um projecto que estava a realizar na altura, saída da criatividade do seu atelier e justamente das mentes criativas que por lá habitam, um papel enorme de presente, baseado no figurismo das obras de Roy Lichtenstein, mas adaptado à marca informático que tanto apreciava (penso que continuo a apreciar). No fundo, Roy e a tal rapaziada até sairam a ganhar, mas não deram por isso: um já não a poderá ver, os outros, são realmente distraídos.
Lá pelas bandas da Califórnia, Cupertino para melhor precisar, vão lançando de vez em quando verdadeiras obras de arte tecnológica. Digo de vez em quando, porque, de quando em vez, lá dão um tiro no pé. Este novo gadget que lançaram há dias, é prova disso. Que falta fará no mercado mais um chip espalmado, dietético e caro? Provavelmente, rigorosamente nenhuma. É mais do mesmo, afinal de contas: música & ficheiro Lda.
OK. Cabe no bolso dos trocos dos jeans. Mas alguém mete lá alguma coisa naquele mini-bolso? Hummm.
Se junto a este "hi-tech device" se juntar um outro "hi-tech mobile" que para lá de efectuar chamadas, também dá música, então teremos a alta fidelidade instalada e ambulatória. Perfeito.
Quem disse que o resto (não) era música?...
Domingo, 11 de Setembro de 2005
Quer-me cá parecer que estes escoceses (...) ainda vão dar que falar daqui a umas luas, ou como diria Arrabal: "Irei como um cavalo louco".
Há 4 anos, dizia eu para um amigo meu iraniano, em trânsito de Paris para New York: "Eh pá, parece que houve um alarido qualquer nos EUA e a coisa está complicada. Ainda não se sabe bem o que aconteceu. É capaz de ser melhor adiares a viagem.." "Não" -dizia ele ao telefone- "deve ser só uma coisa sem grande importância. Tenho mesmo de ir". Pois.
Não foi.